Sexo
faz bem para a saúde, para pele e para vida. Mas nem sempre estamos
dispostos a praticá-lo, essa vontade depende de um equilíbrio e é ainda
mais tênue para as mulheres. No caso delas, são diversas as razões que
podem reduzir o desejo, inclusive hormonais. "Os hormônios andrógenos,
conhecidos como masculinos, é que estão ligados à libido feminina e
entre eles de maior potência é a testosterona", conta a endocrinologista
Dolores Pardini, presidente do Departamento de Endocrinologia Feminina e
Andrologia da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
O problema é que, para a mulher, além dos fatores físicos e orgânicos, tudo depende de questões psicológicas para estar disposta ao sexo. "O desejo sexual feminino tem um componente emocional muito marcado", contextualiza Jorge José Serapião, ginecologista e membro da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro (SGORJ). "Numa relação em que essa valorização da mulher não seja presente, claro que qualquer que seja os níveis de testosterona que ela tenha, o desejo estará baixo", conclui.
Porém, o que fazer quando você quer fazer mais sexo, mas a libido não tem dado às caras? Um bom começo é se informar sobre o que pode reduzir o desejo sexual feminino. Conversamos com os profissionais e listamos as principais causas, confira:
Estresse e cansaço
A mulher de hoje é muito mais suscetível ao estresse e
ansiedade. Também pudera, anda acumulando os papéis de mãe, provedora do
lar e dona de casa, numa jornada muitas vezes tripla. E quando o
estresse bate na porta, é muito mais fácil a libido ir embora pela
janela! "Se o indivíduo está estressado de certa forma ele se sente
desconfortável e a libido feminina necessita de um estado corporal
relaxado, de uma mente livre de pensamentos boicotadores que a ajude a
liberar o corpo", considera a psicóloga Juliana Bonetti, especializada
em sexualidade.
A melhor forma de resolver isso seria encarar o sexo como uma forma também de relaxar. "Quando a mulher está com alguma questão de redução de libido, ela tem o pensamento de querer terminar logo para se livrar, é necessário que se reestruture esse pensamento, que se trabalhe questões afetivas individuais e de relacionamento, para que o sexo torne-se um momento prazeroso", considera a especialista.
A melhor forma de resolver isso seria encarar o sexo como uma forma também de relaxar. "Quando a mulher está com alguma questão de redução de libido, ela tem o pensamento de querer terminar logo para se livrar, é necessário que se reestruture esse pensamento, que se trabalhe questões afetivas individuais e de relacionamento, para que o sexo torne-se um momento prazeroso", considera a especialista.
Pílula anticoncepcional
Muitas mulheres têm maior oleosidade na pele, espinhar e
pelos no corpo, justamente por terem a testosterona em alta. Para isso,
alguns tipos de pílula
anticoncepcional são feitas com um tipo de progesterona sintética
chamada ciproterona. "Esse hormônio interfere na produção de
testosterona, reduzindo-a, podendo assim reduzir discretamente também a
libido", explica Jorge José Serapião, ginecologista e membro da
Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro (SGORJ). Mas
não existe um consenso sobre isso, como explica o especialista. O ideal,
portanto, é conversar com seu médico sobre isso, caso você tome um
desses anticoncepcionais e esteja sentindo a libido reduzida.
Depressão
A depressão
é uma das doenças que mais afeta a libido, tanto feminina quanto
masculina. O próprio quadro faz com que a vontade de fazer sexo diminua.
"No estado depressivo, a mulher tem uma ausência de desejo geral, um
desinteresse nas questões da vida, do cotidiano, ausência de
perspectivas no futuro, inclusive o sexo", explica Juliana Bonetti. O
problema é que muitas vezes o tratamento contribui para essa falta de
estímulo sexual. "Paradoxalmente, alguns medicamentos antidepressivos
potencializam a queda do desejo sexual, aqueles que mexem com a
serotonina", explica o ginecologista Serapião. A solução, nesses casos, é
conversar com seu psiquiatra, caso a questão a esteja incomodando
demais, e tentar outros medicamentos.
Outros medicamentos
Não só os antidepressivos podem atuar reduzindo a libido.
"Alguns medicamentos podem alterar o metabolismo dos hormônios
andrógenos, que são os maiores influenciadores da libido mesmo na
mulher", expõe a endocrinologista Dolores Pardini, presidente do
Departamento de Endocrinologia Feminina e Andrologia da Sociedade
Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). A especialista cita
dois exemplos, o primeiro é o diurético com espironolactona, receitado
principalmente por cardiologistas, que atua na metabolização da
testosterona, e pode causar reações até em homens. Além dele, alguns
antifúngicos, usados principalmente para micose nos pés, que pode
interferir nos hormônios masculinos.
Outros problemas de saúde
A preocupação é um fator que reduz (e muito!) a libido de uma
mulher. Enquanto ela está com a cabeça em outras questões, acaba não
conseguindo se concentrar no sexo, e doenças graves entram nessa
categoria. Mas os males físicos também podem interferir no desejo
sexual: "qualquer problema que interfira no estado geral de saúde da
pessoa, como a má nutrição ou falta de sono, compromete a libido,
principalmente na mulher", considera Dolores Pardini. Algumas condições,
porém, são mais nocivas. O emagrecimento repentino, por exemplo, pode
prejudicar os hormônios sexuais, já que sua matéria-prima são as
gorduras. Só que quando emagrecemos gradualmente, o corpo tem tempo para
se acostumar com isso, e com isso continuar seu funcionamento normal,
no chamado fenômeno adaptativo.
Maternidade
Se você acaba de ser mãe e sua libido está lá embaixo, pode culpar os hormônios da amamentação. Isso ocorre devido ao aumento da prolactina, que estimula a produção de leite materno. Mas não é preciso parar de amamentar por causa disso, afinal a amamentação é muito importante para a criança e até para a mulher: lactantes têm menores chances de ter câncer de mama! Até porque, pode ser que a libido caia mesmo de qualquer jeito... "Fatores emocionais são mais importantes do que a prolactina, e a mãe tem uma ligação tão intensa com o bebê que ela fica pouco interessada em outras questões", considera Serapião.
Baixa autoestima
Quando a mulher se sente mal com seu corpo, certamente terá dificuldades com sua libido, já que o sexo envolve a exposição total do seu corpo. "Com a autocrítica elevada, ela vai para o sexo se medindo, se comparando e a probabilidade de sua libido desaparecer é alta", considera Juliana. É importante pensar que a beleza feminina não está relacionada apenas à forma perfeita do corpo. "Ela está mais ligada a um repertório subliminar de comportamentos sensuais e sexuais do que com o belo politicamente correto e socialmente imposto pelos meios de comunicação", considera a especialista. Caso a questão esteja se tornando algo debilitante, o ideal é que a mulher procure ajuda da psicoterapia para trabalhar sua autoestima.